Antonio de Albuquerque
Sorrindo de alegria, num espaço sublime entre contos, encantos e poesias.
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Desenho meu
 
antonio de Albuquerque
Cidade Encantada


Raiava o dia quando saí para caminhar e observando a luz do Sol penetrar entre as folhas salpicadas pela a água do sereno, resolvi sentar à sombra de uma Samaúma, num banquinho de madeira a beira do caminho. Na copa da árvore sauins brincavam pulando entre galhos. Próximo, Colibris belamente sugavam o néctar de uma flor de Maçaranduba, calangos e miúdos insetos, buliam nas folhas úmidas pelo sereno da madrugada, a Lupunamanta com  luz dourada brilhava.  Em árvores próximas, passarinhos trilavam, e no espaço pássaros voavam em bandos, certamente em busca de encher o papo. Esse esplendoroso cenário, compunha a manhã banhada pelos raios do Sol. E, eu em silêncio, contemplando, procurava entender os mistérios da Natureza. Uma miúda semente da Samaúma ao se desprender e tocar na Terra, se transformou numa bela mulher, que sorrindo para mim, anunciou seu nome, Helena, que sentada junto a mim, falávamos sobre os segredos e mistérios da floresta, sorrindo apontou numa direção, convidando-me para visitar uma cidade. Helena me inspirava confiança e eu, com imensa alegria, aceitei seu convite.

Quando a luz do sol focou sobre a pedra uma fenda se abriu e penetramos numa misteriosa cidade, localizada entre planícies e montanhas de grande altitude. Contemplei o lugar de campos verdejantes, floridos, e gigantescos pássaros a sobrevoar a cidade. Águias, condores, gaviões, araras e outras aves desconhecidas voavam sobre os prédios que ornamentavam a cidade. Segundo informações fornecidas por Helena, eram animais que viveram nos oceanos, antes da separação dos continentes, espécimes que conhecemos pela história, como pré-históricos. Eles viveram na civilização Atlântida sendo conservados por esse desconhecido povo.  As construções todas alinhadas, mostravam perfeita simetria, de engenharia ultramoderna com paredes e cômodos de cristal e luz solar. As edificações se diferenciavam, entre si, porém, mantinham a mesma arquitetura. Dois prédios se destacavam entre os demais, sendo um teatro e o outro um centro cultural, ambos foram mostrados posteriormente a mim.Ali também conheci um grandioso hospital que mais parecia um centro de pesquisa avançada.

A energia que utilizavam era captada do sol, de forma que à noite, grandes refletores transparentes e soltos no espaço clareavam a cidade parecendo ser dia. Lembrava uma cidade cenográfica, mas tudo era natural. Belos homens e mulheres transitavam pelas ruas com grande alegria e sentiam nossa presença com naturalidade. Parecia até que já nos conheciam. As naves espaciais que cruzavam o céu só eram vistas quando desciam, ao subirem, segundos depois, tornavam-se invisíveis e silenciosas. Tratava-se de um povo avançadíssimo em ciência, tecnologia e espiritualidade, visto que tinham um corpo, imensamente menos denso que o nosso. Eu desconhecia tudo o que estava vendo, mas dentro da minha memória, sentia que o lugar não me era estranho, provavelmente havia gravado na memória em vidas passadas em civilizações também adiantadas.

Sempre acompanhado por Helena, fui recebido em palácio e apresentado a Lou uma das dirigentes dessa encantada cidade. Naturalmente sabia que estava lidando com seres muito evoluídos, pois tinham uma boa energia e transmitiam grandes ensinamentos, falavam a mesma língua que nós, vestiam-se com roupas leves prateadas e coladas ao corpo, pareciam pessoas comuns. No entanto, tinham os sentidos mais aguçados, e comunicavam-se por pensamento, tendo atributos espirituais que ainda desconhecemos, e a alimentação básica era água, frutas, legumes e mel silvestre. Eles possuíam um corpo mais perfeito que o nosso e viviam em harmonia entre si e a natureza.

A luz do dia foi esmaecendo e com a chegada da noite, cascatas de luz em cores envolveram o recinto onde um seleto número de pessoas recebia inúmeros convidados desconhecidos para mim, sendo pessoas bem receptivas. Na grande sala existia um globo terrestre suspenso e ocupando o centro do salão. Com desenvoltura Lou explanava sobre as áreas de risco marcadas no globo.

Os lugares em destaque indicavam as queimadas na floresta, regiões de água poluída, depósitos de armas atômicas, laboratórios de armas bacteriológicas, áreas de degelo, oceanos por onde navios e submarinos transportam ogivas nucleares, entre tantos outros perigos que indicavam a situação de risco que envolve a terra. Naquela ocasião, eu recebi efusivos cumprimentos daquele povo mágico, e num momento de encantamento me desejaram boa sorte por ser mais uma criatura unida ao grupo que defende a preservação do planeta. Estava vivenciando um momento fascinante de pura magia.

Parecia estar noutra dimensão e, lembrava que quando criança minha  mãe falava de um paraíso imaginário, onde tudo era perfeito, um lugar sagrado que abrigava as almas dos que haviam morrido. Ela chamava aquele céu, de imaginário, por parecer tudo perfeito. Depois da cerimônia uma suave música envolveu o espaço e Lou sentou-se ao meu lado. Eu me sentia extasiado pela música, pela dança e pela beleza de Lou, e seu perfume sedutor. Os olhos cor de esmeralda se destacavam no corpo, sedoso e macio de Lou que me fez esquecer por alguns momentos a vida na Terra.
Antonio de Albuquerque
Enviado por Antonio de Albuquerque em 17/07/2019
Alterado em 24/07/2019
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